Carinhosamente apelidado de “quebra-galho”, Adriano ficou conhecido pelos torcedores do Barcelona por cumprir, e muito bem, essa peculiar função. Chegou ao Barcelona para a temporada 2010-11, contratado do Sevilla, ironicamente seguiu a mesma trajetória que seu compatriota Daniel Alves. No Sevilla, Adriano jogou mais de 200 partidas e marcou 19 gols. Lá, venceu a Liga Europa por duas temporadas consecutivas (2005-06, 2006-07) com o time de Andaluzia, uma Supercopa da Europa, duas Copas do Rei e uma Supercopa da Espanha.
Ao chegar no Barcelona, ele tinha em mente que seria reserva para o incostetável francês Eric Abidal, dono absoluto daquela posição. Mas, em março de 2011, foi revelado que Abidal estava com um tumor no fígado e precisou passar por uma cirurgia. Adriano ganhou as suas oportunidades até o fim da temporada, mas, Abidal retornou para a final da Uefa Champions League contra o Manchester United e protagonizou uma das cenas mais bonitas da história do futebol: o eterno capitão Carles Puyol, passou a braçadeira para que o francês levantasse a quarta Champions do time da Catalunha. Novamente na reta final da temporada 2011/12, Abidal voltou a sofrer com o seu tumor, dessa vez em um estado mais avançado e precisou se afastar por um longo período do time. E de novo, Adriano aproveitava a chance na lateral esquerda do time. Ao fim da Eurocopa, o Barcelona contratou o lateral Jordi Alba, que estava no Valencia e tinha passado pelas categorias de base do próprio Barcelona quando mais novo.
E por que Adriano continuou?
Porque ele é um jogador versátil, como o título do post traz. Adriano já foi improvisado na lateral direita para substituir o próprio Daniel Alves, tanto no Barcelona, como na Seleção Brasileira. Já chegou a jogar de zagueiro, fazendo uma dupla de zaga com o argentino Mascherano. Já chegou a jogar na ponta direita no comando de Tito Vilanova. E, na temporad atual com Luis Enrique, por motivo das rotações, nos jogos na Copa do Rei, contra Huesca e Elche, o técnico até arriscou em testá-lo na posição de volante. Então, podemos dizer que Adriano já esteve em todas as áreas do campo, exceção para debaixo das traves. E se acontecer de precisar, com certeza vai ser um dos cotados. Ele é o tipo de jogador que se for mandado embora, fará sucesso em qualquer outra equipe e o Barcelona vai se arrepender do que fez, e, é claro, eles tem em mente tudo isso. Adriano já salvou o time muitas vezes, principalmente com seus golaços de fora da área, que virou sua marca registrada. Seu chute forte e preciso é inesperado e surpreende a todos.
Jordi Alba é o lateral absoluto desse time do Barcelona. Chegou para suprir um vazio imenso deixado por Abidal e cumpre muito bem o seu trabalho. Rápido e habilidoso, hoje, com Neymar na ponta esquerda, inferniza os adversários. Mas, quando vai para o campo, Adriano cumpre o seu papel tão bem quanto Jordi. É seguro no que faz e “sem frescuras”. No esquema tático do Barcelona, com os laterais com liberdade total para subir e apoiar o ataque, Adriano é cauteloso e não vai para cima tanto quanto Jordi Alba ou Daniel Alves. Sua presença é extremamente importante para a equipe. Um peão no jogo de xadrez, que se chegar até o lado adversário, pode ser usado de várias maneiras.
Por: Ian Araujo
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