sábado, 31 de janeiro de 2015

O ano de Neymar


Navegando pelos mais diversos meios de comunicação na última semana, e lendo inúmeros artigos, ora criticando, ora elogiando as atitudes de Neymar no último clássico contra o Atlético pela Copa do Rei, eu me dei conta de que o futebol ultrapassou as quatro linhas há muito tempo, o fanatismo e a rivalidade viraram motivo de chacota e o poder da fala se tornou uma arma para devastar e aterrorizar a carreira de um jogador de futebol.

O fato é que 2015 será – e já está sendo, o ano de Neymar, por inúmeros motivos, alguns óbvios, outros que só quem realmente ama e entende de futebol sabe enxergar. Notoriamente Neymar já é um astro, e o mais impressionante é que ele já era tratado assim nas divisões de base do Santos, antes de estreiar rumo ao ápice do futebol. Ele teve anos incríveis comandando os meninos da vila, e chegou ao Barcelona como homem do ano, não teve a melhor temporada, mas já podíamos enxergar que ali nascia – novamente – um dos craques que o Brasil cansa de dar ao planeta.

Foram jogos de extremo aprendizado, e quando a Copa do Mundo deu o golpe final, Neymar reacendeu a chama de sua genialidade, e está proporcionando aos espectadores dos mais diversos países, a alegria do seu futebol. Em um mundo onde Cristiano Ronaldo e Lionel Messi se destacam por serem únicos e geniais, Neymar mostrou que alcançá-los não é questão de tempo, mas sim de caráter, e um certo domínio da redonda.

Para quem conseguiu desestabilizar os vice-campeões, e porque não os campeões europeus, nada é duro ou forte demais para abater Neymar. A mistura da molecagem, com a seriedade e o poder de decisão que o menino de 22 anos tem é impressionante, nessa temporada participa de um gol a cada jogo, e não passa mais uma partida como segunda opção.

A escola brasileira, por Neymar, ainda tem seus méritos, o futebol cheio de intimidação, de graça, dribles, confusão e agilidade demonstra que de onde ele veio, ainda virão muitos. A raça, pouco exibida de Neymar, reflete em seu comportamento, desprezando insultos, erradicando vaias, e ignorando gestos que possam fazê-lo cair, e com isso, o futebol ganha, mas quem ganha mais e mais a cada jogo, é o próprio jogador, que sabe lidar com situações que muitas vezes exigem certo emocional e psicológico fortes. A sabedoria nessas horas vira a arma principal de um homem no auge de sua carreira, a permanecer intacto diante dos prepotentes que insistem em destruir uma pessoa que carrega consigo a essência do futebol, que não entende como trabalho o ato de jogar bola, mas sim a oportunidade de crescer, como homem, como jogador, como ser humano.


Queremos mais Neymar!

Por: Jean Madrid
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