Para os culés que já são adultos, ou estão bem próximos da idade adulta, acompanhar aquele Barcelona com Ronaldinho Gaúcho no auge foi uma realidade. Então, estes mesmos torcedores acompanharam a evolução de Lionel Messi no time principal, e tornar-se o melhor jogador do mundo foi uma simples questão de tempo para o camisa 10. Messi quebrou recordes, ganhou muitos títulos e encantou o mundo do futebol com a genialidade do seu pé canhoto.
A idolatria para com o argentino transformou alguns nativos da Pátria Amada em verdadeiros hermanos. Ver Messi brilhando com a camisa azul e grená era muito comum, mas o problema sempre foi a sua inconstância com a Albiceleste, o craque nunca conseguia repetir as suas boas atuações com a camisa da Seleção.
A Argentina de Abbondanzieri, Crespo, Sorín, Aimar, Riquelme deu lugar a promissora Argentina de Messi, Aguero, Dí Maria, Garay, Lavezzi, Zabaleta e Romero: bi campeã do Mundial Sub-20 (2005 e 2007) e Ouro nos Jogos Olímpicos em 2008 depois de passar facilmente pelo Brasil nas semifinais. Ali, em Pequim, Messi viveu o seu melhor momento com a Seleção e aquele foi o título mais expressivo dos hermanos nos últimos anos. A base dos garotos de ouro na China serviu para a Copa do Mundo na África do Sul, e comandados pelo ídolo Diego Maradona caíram nas quartas de final, assim como na Copa anterior, para a Alemanha. Messi, que já chegava para aquela Copa do Mundo como o melhor jogador do mundo e disputava os holofotes africanos com Kaká e Cristiano Ronaldo, despediu-se sem marcar ao menos um gol.
Sempre esperou-se muito do melhor jogador do mundo. A torcida argentina sempre o cobrou títulos nas comparações com Maradona, já que Diego foi campeão do mundo. A Copa América em casa parecia ser a redenção para Messi, que ganhou a braçadeira de capitão. Mais uma vez ele e a Albiceleste decepcionaram os torcedores, e dentro de casa, caiu para o Uruguai nos pênaltis e abriu o caminho para os Charrúas conquistarem o seu décimo quinto título da Copa América.
Nas Eliminatórias, a Argentina dominou e chegou como uma das grandes favoritas ao título da Copa do Mundo no Brasil. Messi estava em ótima forma, fez gols na Copa do Mundo, ajudou a sua Seleção quanto ao posicionamento em campo, atraindo a atenção de marcadores, principalmente. As qualidades e o merecimento jogavam ao lado do argentino, mas não foram suficientes para impedir o gol de Gotze no Maracanã. Messi, visivelmente abatido na premiação, ainda foi eleito o melhor jogador da Copa do Mundo...
A geração de ouro da Argentina parecia ter tudo para dominar o continente, e a cobrança por títulos dos torcedores começa aí. Uma Argentina com todo o gás possível do mundo havia carimbado a faixa de campeão mundial da Alemanha com uma goleada, mas perdeu o título do Superclássico das Américas para uma fragilizada Seleção Brasileira pós-Copa do Mundo. E Messi merecia todos esses títulos, por tudo que já mostrou ao futebol. Merecia ter conquistado a última Copa América que foi disputada em casa, merecia ter conquistado a Copa do Mundo na casa do maior rival. Merecia ter conquistado esta Copa América quando a Argentina chegava como uma das grandes favoritas também.
Mas, quantos outros jogadores também mereceram na história do futebol? Lendas da década não conseguiram levantar a bola de ouro, mas mereciam. Gerrard, Lampard, Beckham, Giggs, Iniesta, Xavi... Nomes que estão na história do futebol mundial. E o lendário Gianluigi Buffon? Merecia conquistar uma Uefa Champions League, certo? E claro, não podemos esquecer-nos de Johan Cruyff, que fez brilhar os olhos dos admiradores do futebol na década de 1970 com o famoso Carrossel Holandês, mas parou na Alemanha de Gerd Muller em 1974.
O merecimento é valido, mas não é o suficiente. A Argentina pode ter outras chances, mas Messi pode ver-se perdido em meio a esse elenco que não corresponde às expectativas, a começar pelo atual treinador.
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