O título desse post podia vir seguido de um ponto de interrogação, mas não, agora já é uma afirmação. Xavi e Iniesta, que formaram uma das duplas de meio-campistas mais sensacionais da história do futebol, onipresentes em campo, pareciam ser um só, criando o famoso “Xaviniesta”... Mas, hoje em dia, eles não podem mais jogar juntos. E por que?
A resposta se encontra lá em 2013, em maio, na eliminação para o Bayern de Munique na Uefa Champions League. Onde o meio de campo consagrado por Pep Guardiola com Sergio Busquets, Xavi e Iniesta foi, literalmente, engolido pelo time alemão. O resultado veio em uma humilhação. Para a próxima temporada, nada foi feito. A aposta continuava sendo feita na dupla espanhola que levou o Barça ao sucesso com Messi e o antigo ténico. Isso também se repetiu nas partidas disputadas contra o Atlético de Simeone, que dominava o Barcelona no meio-campo.
Iniesta, que repetidamente criou uma certa fama de aparecer na segunda metade da temporada, nos momentos decisivos para o Barcelona, não encontra o seu futebol desde a temporada 2013-14. No comando de Luis Enrique, faz uma temporada muito abaixo da média, sem gols e assistências no Campeonato Espanhol, e sua redenção se resume as atuações da Copa do Rei. Por outro lado, Xavi ainda tem alguma chance de desequilibrar o meio quando estiver em campo, graças a sua genialidade, seus passes e seu controle de bola para segurar o jogo.
Mas, os últimos anos mostraram declínio para duas peças principais do Barcelona. Sobre tudo fisicamente, a idade já pesa. Xavi tem 35 anos e Iniesta completará 31. A dificuldade para manter o mesmo nível que o consagram pelo clube e pela Seleção é tremenda. O “maestro” chegou a estar fora dos planos do time ao fim da última temporada, mas a chegada do novo técnico foi suficiente para mantê-lo. Porém, com poucas atuações em duas temporadas seguidas, Xavi pode começar a pensar em deixar o clube que o formou, existe interesse no meia espanhol de times da liga do Estados Unidos, a MLS.
As partidas contra o Bayern em 2013, e contra o Atlético na temporada passada mostraram algo que o Barcelona sabia que precisava melhorar, mas não conseguiu: a intensidade. Se antes, “Xaviniesta” era o cérebro e o pulmão do time, o tempo tratou de tirar essa capacidade. E os adversários souberam disso e se aproveitaram. A superiodade física também falava mais alto, e os dois espanhóis não conseguiam acompanhar o ritmo frenético que as partidas tomavam. A derrota para o Real Madrid no Bernabéu nessa temporada mostrou o mesmo problema, quando se resolveu apostar na dupla mais uma vez. Contra os times fortes, Real Madrid, Atlético, Valencia... E outros times europeus, como o próprio Bayern, o Chelsea, Xavi e Iniesta perderiam essa batalha no meio-campo.
Saber disso é o suficiente para admitir que a dupla Xavi-Iniesta se acabou, e faz tempo. Como dito, Iniesta não joga bem há duas temporadas, aquele jogador mágico que nos acostumamos a ver simplesmente sumiu. Xavi não consegue manter o mesmo ritmo de alguns anos atrás, fisicamente ele não é o mesmo, é lógico, mas arriscar e colocá-lo em campo contra jogadores bem melhores fisicamente pode ser fatal.
Nenhum barcelonista desrespeitaria tais jogadores, eles foram formados no clube, deram suor, sangue e a alma pela nossa camisa, mas questionar a permanência deles não é nenhum pecado capital. Como dito em um post anterior (confira: http://barcamilgrau.blogspot.com.br/2015/02/o-barcelona-precisa-de-uma-renovacao.html), o Barcelona precisa de uma renovação e retirar “os problemas do time” é uma atitude realista, e é preciso pensar no futuro.
Xavi-Iniesta acabou, e não podemos perder batalhas onde acostumamos dominar os nossos adversários por anos: no meio-campo.
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